30 de novembro de 2010

Dois ou Ararajuba?

POR: Lorran Feital

Em 09 de setembro de 1594, Salvador Correia de Sá doou como sesmarias as terras existentes entre a restinga da Tijuca e Guaratiba – o que corresponde hoje à toda a baixada de Jacarepaguá - aos seus dois filhos, Gonçalo e Martim de Sá. Martim ficou com a área à leste da lagoa de Camorim, abrangendo, entre outras, a região de Taquara. Por vias de curiosidade, Taquara é uma espécie de bambu, utilizado em cercas e na fabricação cestos, abundante naquela região, o que acabou sendo signo daquela região.

O Largo da Taquara tornou-se um importante entroncamento de estradas irradiadas para diversas direções: a de Guaratiba (atual Bandeirantes), a do Tindiba, a da Taquara (atual Av. Nelson Cardoso), a do Rio Grande e a Rodrigues Caldas. Em torno do Largo, um núcleo urbano se estabeleceu, interligando-se aos engenhos e fazendas vizinhas como a do Engenho Novo (atual Colônia Juliano Moreira), a do Rio Grande, o Engenho Velho da Taquara (na Boiúna) e, principalmente, a fazenda da Taquara, de Antonio de S. Payo. O Juiz de Órfãos, Francisco Teles Barreto de Meneses, se tornou proprietário da fazenda no século XVII, que foi depois passada para seus descendentes Ana Maria Teles de Meneses, casada com Francisco Pinto da Fonseca, e o filho deles, Francisco Pinto da Fonseca Teles, que se tornaria o Barão da Taquara.


Administrando a fazenda desde 1864, o Barão expandiu seus domínios, adquirindo terras em Jacarepaguá que correspondem, além da Taquara, às localidades do Tanque, Rio Grande, Mato Alto, Praça Seca, Campinho, etc. Tal prestígio lhe rendeu a amizade do casal imperial, que sempre se hospedava na Sede da Fazenda. O Barão realizou obras públicas, construiu escolas e ergueu capelas, sendo considerado o “Patriarca de Jacarepaguá”.


A partir da década de 1970, surgiram diversos loteamentos ao longo das estradas Rodrigues Caldas, do Rio Grande, do Cafundá, da Boiúna, Mapuá, Outeiro Santo e André Rocha, como o Jardim Shangrilá e o Jardim Boiúna, entre outros.

Um deles, localizado na Estrada do Mapuá, 350, é um conjunto de dezesseis ruas que, na época do loteamento foram designadas com simples números. Desde a Rrua Um à Rua Dezesseis. Com o passar dos anos e o crescente fluxo de novos moradores nas dezesseis ruas desse loteamento, surgiu a necessidade de nomeá-las. Seja para melhor identificá-las ou uma necessidade de registro das ruas o fato é que os novos nomes foram certamente dados por grande fã de pássaros.

Colibri, Beija-flor, João-de-barro, Sabiá-laranjeira e Ararajuba fora alguns dos nomes escolhidos para representar as dezesseis ruas. Conheço pouco da Rua Ararajuba, minha residência há pouco mais de um ano. Mas uma coisa posso dizer: procure pela Rua Dois.

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