30 de novembro de 2010

O Jornalismo sob Nossos Pés.

POR: Eduardo Guedes

É claro que o Jornalismo é nossa vida. Para quem estuda e faz isso, nada mais interessante do que uma história. Ainda mais se for uma história de um próprio Jornalista. As homenagens da nossa cidade para os jornalistas que marcaram a história são muitas, e infelizmente essas mesmas nem sempre são felizes.
Temos a infeliz história do ilustre jornalista Tim Lopes, que foi esquartejado e queimado pelos traficantes da favela Vila Cruzeiro, ao ser descoberto filmando a venda de drogas e exploração sexual de crianças num balei funk do local. A repercussão desse crime bárbaro repercutiu no Brasil inteiro, levando a morte ou prisão de um a um dos envolvidos no crime, inclusive um dos grandes chefes do Comando Vermelho, o Elias Maluco.
Uma das únicas ruas da Zona Sul com nome de jornalista, a Orlando Dantas fica em Botafogo. Ela homenageia o guerreiro escritor sergipano. Vindo de família rica e política, Dantas dirigiu indústrias antes de se destacar como jornalista e intelectual, fundou em 1956 o jornal Gazeta Socialista e veio a ser deputado estadual em 1946. Foi presidente do Banco do Estado de Sergipe, participou da criação da Petrobrás e escreveu muitos ensaios sobre a economia sergipana como a “Vida Patriarcal de Sergipe”.
A Jornalista Carlos Castelo Branco é uma pacata Rua do Recreio na Zona Oeste do Rio, diferente do personagem que dá nome ao logradouro. Castelinho como era chamado, foi formado em Direito, mas dedicou-se ao Jornalismo em grande parte da sua vida. Foi chefe sucursal do Jornal do Brasil e lá passou grande parte de sua carreira profissional, onde produziu uma coluna política que permaneceu por décadas.
Para terminar nas graças do divino, citarei um dos meus (e de muitos outros) jornalistas preferidos. O mestre Armando Nogueira. Quem nunca leu uma frase desse gênio? Ou não lembrou das suas crônicas ao passar pelo Maracanã? Se Deus fez Pelé com o dom da bola, colocou em mesma proporção o talento para Armando escrever.
Foi um craque desde cedo, nasceu em Xapuri, interior do Acre (mesma cidade de Chico Mendes), mas jogou-se aos ventos e veio ser escrito na Cidade Maravilhosa. Se me permitem o trocadilho, fez história com as próprias mãos. Escreveu sobre política, economia, sociedade, mas sua paixão era o esporte e principalmente o futebol. Há quem diga que se a bola tivesse mãos, ela escreveria como Armando Nogueira. E eu concordo com isso.
A cidade ainda está repleta de ruas com nomes de jornalistas, mas não caberia contar aqui todas essas estórias. Cabe a nós preservamos essa bela cultura e quando olharmos para uma placa com um nome desses, sempre imaginar que podemos ter uma igual daqui a muitos anos.

Abaixo o nome de algumas ruas com nome de Jornalistas ilustres do País:

ARMANDO NOGUEIRA - RECREIO
CARLOS CASTELO BRANCO - RECREIO

TIM LOPES - BARRA
HENRIQUE CORDEIRO - BARRA
RICARDO MARINHO - BARRA
PIERRE PLANCHER - BARRA

ORLANDO DANTAS - BOTAFOGO

SEBASTIÃO SANTANA - CAMPO GRANDE
SABINO DE LEMOS - CAMPO GRANDE

ANTÔNIO FREITAS - JARDIM AMÉRICA
GERALDO ROCHA - JARDIM AMÉRICA

JORNALISTA GUIMA - ALTO DA BOA VISTA
SAMUEL WAINER - SANTÍSSIMO
HUNGRIA - NILÓPOLIS
HERMANO REQUIÃO - GUADALUPE
HUNGRIA - NILÓPOLIS
MOACYR PADILHA - JARDIM PRIMAVERA - DUQUE DE CAXIAS
MARQUES LISBOA - REALENGO
LUIZ EDUARDO LOBO - VARGEM PEQUENA
MÁRIO LISBOA - PAVUNA

SÉRGIO PORTO - SANTA BARBARA - NITERÓI
IRINEU MARINHO - ICARAÍ - NITERÓI
RAMIRO CRUZ - PIRATININGA - NITERÓI
ALBERTO FRANCISCO TORRER - ICARAÍ - NITERÓI
SARDO FILHO - ILHA DA CONCEIÇÃO - NITERÓI
NEWTON BRAGA MELLO - ITAIPU - NITEROI
RAMIRO CRUZ - PIRATININGA - NITERÓI
ALBERTO FRANCISCO TORRER - ICARAÍ - NITERÓI

Nenhum comentário:

Postar um comentário